terça-feira, 27 de novembro de 2007

Clonagem Humana


A clonagem humana tem sido um tema em destaque no desenvolvimento científico do nosso planeta. Vários acontecimentos permitiram nas últimas décadas atingir um elevado conhecimento nesta disciplina. Em 1952 deu-se o primeiro passo através da clonagem de girinos, durante as três décadas seguintes um conjunto de pesquisas que permitiu a clonagem de um rato em 1981. Uma série de especulações surgiu anos mais tarde, onde se diria que havia vários clones de bovinos, até que em 1996 nasceu a ovelha mais mediática de sempre, a Dolly.
Um clone é um conjunto de células geneticamente idênticas que são todas descendentes de uma célula ancestral, podendo dar origem a um grande número de organismo iguais entre si.
A clonagem permite que através de um trabalho laboratorial haja a criação de um indivíduo com o mesmo património genético que outro indivíduo, ou seja com as mesmas características físicas (cor da pele, dos olhos, face, altura…).
O principal objectivo da clonagem humana nunca foi criar uma pessoa para a realização de teste e exames, pois para que se dê esse passo, seria necessário descodificar toda a complexidade do ADN humano. Além deste entrave seria muito complicado haver uma aceitação ética, pois ninguém aceitaria que bebes humanos fossem submetidos a estas experiências.
Há quem defenda a clonagem humana para fins terapêuticos, sendo uma mais-valia no retroceder de uma doença. Por exemplo, uma pessoa que sofreu um enfarte, as lesões poderiam ser invertidas através da substituição das células danificadas por células saudáveis; O processo de envelhecimento poderia ser invertido ou retardado; Os casais inférteis poderiam ter filhos, acabando com o seu sofrimento psíquico e emocional; A cirurgia plástica daria um salto importante, pois deixaria de ser necessário colocar implantes, mas colocar-se-iam tecidos reais; Poderiam ser substituídos órgãos como o fígado e os rins.
É óbvio que surgiriam novos problemas como o comprometimento da individualidade humana, a perda da variabilidade genética, diminuição da imunidade, tumores, lesões hepáticas…
Portanto... A clonagem humana aparece como uma ameaça para o ser humano? Autorizá-la deixaria a nossa civilização exposta a riscos incontroláveis? Autoriza-la deixaria a nossa civilização livre de doenças incontroláveis e aumentaria a nossa esperança média de vida?

9 comentários:

Xana Gante disse...

São indiscutiveis os beneficios que a evolução da ciência e as suas aplicações nos podem trazer, porém não nos devemos esquecer dos riscos e prejuizos que lhe estão associados... existem várias definições de clonagem, mas todas assentam no mesmo ponto: Os clones sao geneticamente iguais ao seu progenitor, ou seja, têm o mesmo código genetico.
Pode-se falar de clonagem para fins reprodutivos e para fins terapeuticos. Estas ultimas são utilizadas na reprodução de vários tecidos do adulto: tecido nervoso, muscular, cartilagíneo e ósseo, ajudando assim na esperança de um dia podermos curar doenças como o Alzheimer, Parkinson, imunodeficiências, e outras.
A questão central é saber de que forma e para que fins essa tecnologia será manipulada. A clonagem do ser humano na integra traria consigo alguma preocupação na humanidade, muitas pessoas associariam esta tecnologia à reprodução de "vilões" da nossa história, mas é importante não esquecer que a clonagem apenas duplica o gene, não necessariamente a personalidade de uma pessoa mas sim alguém fisicamente idêntico seria criado.

Vasco Silva disse...

O homem não está a ir longe de mais com clonagem? No futuro não pode aparecer alguém com as mesmas ideias do “Adolf Hitler”, com a finalidade de implementar uma única raça no mundo. Temos de ter cuidado com o que se está a fazer. “Pois quem brinca com o fogo por vezes queima-se”.

mjmcandido disse...

Pessoalmente penso que o domínio da inteligência artificial sobre o Homem é um cenário tão longínquo, que mais vale dar prioridade a preocupações mais reais, no entanto pelo que leio da clonagem para fins terapêuticos ( casos de doenças, transplantes, restaurar a função de um órgão doente, problemas cardiacos, derrames, lesões da coluna vertebral, pessoas que sonham serem pais esta será uma nova esperança, certos tipos de cancro, leucemia espera-se que seja um dos primeiros beneficios a vir desta tecnologia, enfim toda a clonagem terapêutica)é um assunto muito interessante, mas onde existe boa vontade para a prevenção de certasdoenças, existe sempre o lado menos bom que pode ser tráfego de órgãos, perda de identidades, e outros fins menos benéficos ao homem

cobra disse...

A minha opinião sobre este assunto controverso, baseia-se em salvar sempre uma vida humana, sempre que possível, independentemente da guerra moral que isso traga. Sou sem dúvida contra a ideia laica, na procura do humano perfeito, nas “afinações” que estes têm por intenção conseguir. Num mundo laico deixaria de haver raças, etnias, pessoas de cor. Essas mudanças sim, são imorais e já causaram mortes. Posso referir o principal “da guerra de Hitler”, onde o objectivo era ter um mundo ariano. O termo ganhou significado com a ideologia nazi que o usou para classificar uma suposta raça comum aos indo-europeus e aos seus descendentes não misturados com outros povos. Deve-se a este facto a vulgar associação de arianos com os povos nórdicos, mais especificamente, germânicos.

Unknown disse...

Eu acho que a tecnologia da clonagem pode favorecer o desenvolvimento de descobertas para a medicina, cura de muitas doenças, a chamada Clonagem Terapêutica; sou totalmente a favor!!! Mas quanto a clonagem de indivíduos poderá desajustes a raça humana.
Nilson Santágueda

raul disse...

Mais um texto muito interessante e que me fez pensar.

este comentário apresenta apenas um cojunto de ideias soltas que me vieram à cabeça a ler o texto.

Julgo que o argumento do desenvolvimento tecnológico é fraco. De resto como o próprio Alexei admite, ao dizer que isso seria revisto assim que a tecnologia evolua.
Além disso, dizer que a taxa de sucesso condiciona o valor moral da clonagem não me parece ser correcto: na realidade o processo de procriação natural também tem uma taxa de sucesso extremamente baixa (quantos espermatezoides se perdem para que apenas um tenha sucesso??). Tudo bem, este exemplo pode não ser o melhor, mas já um casal com problemas de fertilidade pode passar anos a tentar tudo e mais alguma coisa para ter um filho, com taxas de sucesso extremamente baixas, e não me parece que isso seja imoral. Já a questão do potencial nascimento de seres humanos com deficiências graves é um ponto mais forte.

Finalmente, aquilo que mais me preocupa na clonagem, e em certo sentido julgo que será uma questão moral, é saber se temos o direito de abrir uma "caixa de Pandora" com consequências totalmente imprevistas mas seguramente fortes para o mundo, a humanidade e todas as gerações futuras.

Será que dará origem à eugenia? Será que dará origem a uma nova forma de racismo? Será que alguém consegue viver sabendo que é uma segunda versão de outrém? Será que vai ser uma mudança tão forte que nem sequer conseguimos conceber os problemas que trará? Será...?
Claro que nada disto é certo, mas os riscos são enormes e os proveitos expectáveis não me parecem justificar o passo.

Unknown disse...

Embora seja contra a clonagem de seres humanos pois acho que cada ser é único, sendo isso que nos torna tão peculiares, aceito, no entanto, a clonagem terapêutica que tem como objectivo produzir uma cópia saudável do tecido ou órgão de uma pessoa doente para transplante, ou produção de células para curar doenças como o diabetes, problemas cardíacos, doenças neurológicas, derrames, lesões da coluna doenças sanguíneas, etc.
Goreti Janeiro

msilva disse...

Concordo em absoluto com o comentário anterior.
Porque não aproveitarmos esta boleia da ciência para resolvermos de uma maneira limpa certas doenças para as quais ainda não existe cura?

Unknown disse...

No meu entender e de muitos outros, a clonagem divide-se em dois tipo: a terapêutica e a reprodutiva. A terapêutica, direccionada à investigação biomédica e a reprodutiva no objectivo claro de reproduzir seres geneticamente idênticos.
Os cientistas ambicionam produzir células humanas para que as mesmas atinjam a eficácia desejada no tratamento de algumas doenças, nomeadamente a diabetes, cancro, coração, entre outros…
No meu entender as investigações na área da clonagem deixam, ainda, muitas dúvidas quanto à eficácia, na clonagem reprodutiva. São elevadas as dúvidas no aparecimento de indivíduos geneticamente deformados, levantando a discussão ética e moral com a gravidade que se impõe, para o Mundo e para toda a comunidade científica.